sexta-feira, 28 de junho de 2013

Nota de correção numérica.

Pessoal, estivemos presentes em diversas manifestações ao longo de nossa existência, sejam elas populares, sindicais, secundaristas ou universitárias, e sempre estivemos com nossos companheiros de movimento.
Nessa semana nos reunimos para fazer um balanço das manifestações no estado e outros companheiros apresentaram mais fotos e mais detalhes do último ato em São João.
Queremos dizer que no texto anterior, dissemos que haviam cerca de 1000, 1200 manifestantes. Desejamos retificar e dizer que houveram de cerca de 3500-4000 pessoas presentes.
Muitos companheiros também estão perguntando quantos haviam em Duque de Caxias, informamos que foram aproximadamente 10.000 pessoas.

Saudações e até a vitória sempre!

domingo, 23 de junho de 2013

Passeata em São João: Juventude se reúne na cidade, mas sofre com a falta de democracia.

No dia 21/06 - Sexta-feira, ocorreu uma passeata que vai ficar na história da cidade de Meriti por ter reunido centenas de jovens estudantes nas ruas em protesto contra a corrupção na cidade. 
Cartazes no carro-de-som expressavam a revolta popular.
Os estudantes começaram a aparecer em grande quantidade depois das 16h, na praça dos Três Poderes, e partiram para a oficina de cartazes que estava rolando lá. A concentração começou a ganhar corpo e o carro-de-som chegou para animar a galera reunida. Depois das 17h, a passeata finalmente foi puxada e saímos pela Av. Presidente Lincoln em direção à Praça GIL (infelizmente mudada para praça JAL, em homenagem ao ex-dono da Flores). A manifestação reuniu pouco mais que 1000 pessoas e por onde passávamos, as pessoas nos apoiavam de suas casas e pedíamos para piscarem a luz se realmente estavam a favor, e elas piscavam - é, algumas apagavam a luz, mas foi a minoria. Após sairmos da praça GIL, voltamos para a Prefeitura e o ato terminou.
Agora vamos aos esclarecimentos sobre esse protesto:

O Ato do Movimento Basta (como estava no facebook), foi puxado pela UME (União Meritiense dos Estudantes). Nós da UMES nada temos a ver com o pessoal da UME. Participamos do ato pois precisamos somar e nos unir pelos nossos direitos. Bom, a UME foi uma entidade criada depois de nós para disputar o movimento estudantil na cidade, mas não é reconhecida em nenhum sindicato, em poucas escolas, nem reconhecida por vários órgãos na prefeitura, muito menos pela entidade estadual - AERJ, nem pela NACIONAL - a UBES, a qual nós somos filiados desde 2011 e guardamos conosco todos os documentos do Conselho em que fomos integrados à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.
Estudantes na frente da Prefeitura - Final do ato.
No evento criado no facebook dizia que esse era um protesto do povo e que a Ume estava apenas cumprindo com um papel social irrecusável. Porém, durante 98% do ato, só 3 pessoas puderam falar e entre elas, nem o presidente da entidade falou. Muito pelo contrário, quem interviu durante a maior parte da manifestação nem era estudante e quando era, era estudante universitário que nem estuda na cidade ou faz parte da entidade.
Fora isso, o ato que era pra ser do povo não o foi. Nenhuma das pessoas da manifestação puderam expressar seus sentimentos e falar ao carro-de-som. Os dirigentes da Entidade Estadual dos Estudantes (AERJ) foram boicotados e não puderam falar aos estudantes. Houve uma falta de sentir o que os manifestantes queriam e por isso os organizadores foram diversas vezes vaiados. O que mais nos deixou abismados, foi que quando a passeata estava no final, a confusão na Prefeitura começou e os organizadores deixaram mães, estudantes e crianças para trás, no meio de bombas e tiros, e se preocuparam apenas em ir para suas casas.

Na avaliação que fizemos, houve uma imensa falta de preparação para o ato, tanto que no dia do acontecimento, os organizadores não sabiam que era ponto facultativo na Prefeitura e Câmara. A reunião que decidiu o rumo da passeata foi feita no mesmo dia e horário da passeata dos 300 mil no RJ. Foi uma espécie de boicote à manifestação principal do Brasil e ainda por cima, na organização do protesto em Meriti, faltou a indispensável presença dos sindicatos, movimentos populares e ongs, setores importantes da luta popular. E, durante o protesto, a falta de democracia foi gritante. Em qualquer ato, as pessoas sempre têm a oportunidade de intervir, mas nesse, o próprio povo meritiense não pôde falar, quanto mais o movimento estudantil Estadual. 

Inegavelmente, o movimento do dia 21 ficou marcado para muitas pessoas e deu um espírito de união para os habitantes da cidade. Temos que construir um ato verdadeiramente organizado e democrático, pois sair bem na foto não conquista nossos direitos. Temos que fazer uma manifestação consequente, isso nos dá espaço para poder criar até mesmo um fórum contra o aumento de passagens em Meriti e caminhar para criar também um Fórum da Baixada Fluminense.


Sem uma organização de vanguarda, a luta do povo é cega e inconsequente. 

UMES marca presença nas gigantescas manifestações no RIO.

Bom pessoal, viemos aqui relatar como foi a experiência de ter participado das maiores manifestações que esse Brasil já teve.
Em primeiro lugar, sentimos orgulho de fazer parte desse povo brasileiro, cheio de cultura e de criatividade, que foi às ruas se unir contra o aumento das passagens e a corrupção.
Ser Jovem é ser Revolucionário.
Temos em mente que, esses acontecimentos não surgiram do nada. Isso foi fruto da luta que está se desenvolvendo no mundo desde sempre, e com ênfase nesses últimos 3 ou 4 anos, quando estouraram as revoltas populares na Tunísia, Líbia, Turquia, Europa etc. Os atos contra o aumento das passagens ocorrem todos os anos e há muitos anos. Começamos a participar deles em 2011, quando podíamos contar facilmente a quantidade de pessoas que íam. Em 2012 já foi maior; a quantidade de pessoas já havia aumentado bastante, mas nada que ultrapassasse 1.000 manifestantes, ou 800, nos atos feitos pelo fórum contra o aumento das passagens. E, nesse ano, o aumento de R$ 0,20 realmente foi a gota d'água para milhões de brasileiros. Tudo que estava entalado na garganta foi botado para fora. Eram tantas reivindicações que não conseguíamos nos focar nas princi
pais, excetuando o apelo para a diminuição das tarifas de transporte, que foi o estopim para isso tudo acontecer. 

É importante entender que tudo isso que aconteceu no Brasil, foi fruto da luta em todo o planeta. A crise mundial, a derrubada dos governos no Oriente Médio, a revolta dos gregos contra as medidas de austeridade, a corrupção da FIFA, a revolta de milhares de estudantes no Chile esse ano... tudo isto está intimamente ligado. Não são acontecimentos isolados e que nada influenciaram aqui no Brasil. Muito pelo contrário. 

Passeata dos 100 mil, no dia 17/06 - Cinelândia.
O Rio de Janeiro foi uma cidade importantíssima para a democracia brasileira. Foi aqui que rolaram os maiores acontecimentos progressistas e revolucionários para a libertação do povo, como as imensas manifestações puxadas pela UNE - União Nacional dos Estudantes, pelos sindicatos e movimentos revolucionários. O Rio de Janeiro já foi capital do Brasil (era chamado de Guanabara). O papel que o Rio de Janeiro tem para o avanço do país se provou quando o MPL - Movimento Passe Livre, de SP, convocou uma manifestação que reuniu 20 mil pessoas na capital paulista e, enquanto isso, aqui no estado, se conformava uma passeata com 100 MIL PESSOAS. Aquilo que começou em São Paulo, se tornou rapidamente muito maior aqui. Então, temos que dar mais valor ao nosso poder de mobilização e prezar mais pela conquista de nossos direitos.
Na avaliação que fizemos, os protestos, principalmente o último no Rio, tiveram a falta de uma direção, de uma organização de frente que reunisse as organizações, os movimentos e as entidades gerais, por isso houveram diversos problemas em focar nas reivindicações principais, em evitar o caos nos comerciantes locais e em mobilizar aqueles que constroem de fato essa sociedade: os trabalhadores operários. 
Mas algo é inegável: O Gigante despertou!
O povo brasileiro ainda tem muitas lutas a travar. O prefeito Eduardo Paes pode até ter diminuído o preço das passagens, mas não se pode confiar em gente assim porque eles dão com uma mão e tiram com muitas outras. Com certeza ele vai tirar verbas de algum setor principal como a Saúde e a Educação, para não ficar no prejú.
Manifestação dos 300 mil no dia 20/06- concentração da Candelária.
É isso aí, gente! Um povo mudo, não muda o mundo. Vamos à luta!